8 de junho de 2010

NOS DOMÍNIOS DA SOMBRA



Em compacta assembléia do reino das sombras, um poderoso soberano das trevas, diante de milhares de falangistas da miséria e da ignorância, explicava o motivo da grande reunião.

O Espiritismo com Jesus, aclarando a mente humana, prejudicava os planos infernais.

Em toda parte da Terra, as criaturas começavam a raciocinar menos superficialmente! Indagavam, com segurança, quanto aos enigmas do sofrimento e da morte e aprendiam, sem maior dificuldade, as lições da Justiça

Divina. Compreendiam, sem cadeias dogmáticas, os ensinamentos do Evangelho. Oravam com fervor. Meditavam na reencarnação e passavam a interpretar com mais inteligência os deveres que lhes cabiam no Planeta.

Muita gente entregava-se aos livros nobres, à caridade e à compaixão, iluminando a paisagem social do mundo e, por isso, todas as atividades da sombra surgiam ameaçadas. .
.

Que fazer para conjurar o perigo?

E pediu para que os seus assessores apresentassem sugestões.

Depois de alguns momentos de expectativa, ergueu-se o comandante das legiões da incredulidade e falou:

- Procuremos veicular a crença de que Deus não existe e de que as criaturas viventes estão entregues a forças cruéis e fatais da Natureza...

O maioral das trevas, porém, objetou, desencantado:

- O argumento não serve. Quanto mais avançamos nos trilhos da inteligência mais reconhece o homem a Paternidade de Deus, sendo atraído inelutavelmente para a fé ardente e pura.

Levantou-se, no entanto, o orientador das legiões da vaidade e opinou:

- Espalharemos a notícia de que Jesus nada tem que ver com o Espiritismo, que as manifestações dos desencarnados se resumem num caso fisiológico para as conclusões da Ciência, e, desnorteando os profitentes da Renovadora Doutrina, faremos com que gozem a vida no mundo, como melhor lhes pareça, sem qualquer obrigação para com o Evangelho e, assim, serão colhidos no túmulo, com as mesmas lacunas morais que trouxeram do berço.

O rei das sombras anuiu, complacente:
- Sim, essa ilusão já foi muito importante, contudo, há milhares de pessoas despertando para a verdade, na certeza de que as portas do sepulcro não se abririam para os vivos da Terra, sem a intervenção de Jesus.

Nesse ponto, o diretor das falanges da discórdia pôs-se de pé e conclamou:

- Sabemos que a força dos espíritas nasce das reuniões em que se congregam para a oração e para o aprendizado da Vida Espiritual, e nas quais tomam contacto com os Mensageiros da Luz... Assim sendo, assopraremos acizânia entre os seguidores dessa bandeira transformadora, exagerando-lhes a noção da dignidade própria. Separá-los-emos uns dos outros com o invisível bastão da maledicência. Chamaremos em nosso auxílio os polemistas, os discutidores, os carregadores de lixo social, os fiscais do próximo e os examinadores de consciências alheias para que os seus templos se povoem de feridas e mágoas incuráveis e, assim, os irmãos em Cristo saberão detestar-se uns aos outros, com sorrisos nos lábios, inutilizando-se para as obras do bem.

O chefe satânico, todavia, considerou:

- Isso é medida louvável, contudo necessitamos de providência de efeito mais profundo, porque sempre aparece um dia em que as brigas e os desacordos terminam com os remédios da humildade e com o socorro da oração.

A essa altura, ergueu-se o condutor das falanges da desordem e ponderou:

- Se o problema é de reuniões, conseguiremos liquidá-lo em três tempos. Buscaremos sugerir aos membros dessas instituições que o lugar dos conclaves é muito longe e que não lhes convém afrontar as surpresas desagradáveis da via pública. Faremos que o horário das reuniões coincida com o lançamento de filmes especiais ou com festividades domésticas de data fixa. Improvisaremos tentações determinadas para os companheiros que possuam maiores deveres e responsabilidades junto às assembléias, a fim de que os iniciantes não venham a perseverar no trabalho da própria elevação. Organizaremos dificuldades para as conduções e atrairemos visitas afetuosas que cheguem no momento exato da saída para os cultos espiritas-cristãos. Tumultuaremos o ambiente nos lares, escondendo chapéus e bolsas, carteiras e chaves para que os crentes se tomem de mau humor, desistindo do serviço espiritual e desacreditando a própria fé.

O soberano das .trevas mostrou larga satisfação no semblante e ajuntou:

- Sim, isso é precioso trabalho de rotina que não podemos menosprezar. Entretanto, carecemos de recurso diferente. . .

O responsável pelas falanges da dúvida ergueu-se e disse:

- As reuniões referidas são sempre mais valiosas com o auxílio de médiuns competentes. Buscaremos desalentá-los e dispersá-los, penetrando a onda mental em que se comunicam com os Benfeitores Celestes, fazendo-lhes crer que a palavra do Além resulta de um engano deles próprios, obrigando-os a se sentirem mentirosos, palhaços, embusteiros e mistificadores, sem qualquer confiança em si mesmos, para que as assembléias se vejam incapazes e desmoralizadas...

O mentor do recinto aprovou a alegação, mas considerou:

- Indiscutivelmente, o combate aos médiuns não pode esmorecer, entretanto, precisamos de providência mais viva, mais penetrante...

Foi então que o orientador das falanges da preguiça se levantou, tomou a palavra, e falou respeitoso:

- Ilustre chefe, creio que a melhor medida será recordar ao pensamento de todos os membros das agremiações espíritas que Deus existe, que Jesus é o Guia da Humanidade, que a alma é imortal, que a Justiça Divina é indefectível, que a reencarnação é uma verdade inconteste e que a oração é uma escada solar, reunindo a Terra ao Céu...

O soberano das sombras, porém, entre o espanto e a ira, cortou-lhe a palavra, exclamando:

- Onde pretende chegar com semelhantes afirmações?

O comandante dos exércitos preguiçosos acrescentou, sem perturbar-se:

- Sim, diremos que o Espiritismo com Jesus, pedindo às almas encarnadas para que se regenerem, buscando o conhecimento superior e servindo à caridade, é, de fato, o roteiro da luz, mas que há tempo bastante para a redenção, que ninguém precisa incomodar-se, que as realizações edificantes não efetuadas numa existência podem ser atendidas em outras, que tudo deve permanecer agora como está no íntimo de cada criatura na carne para vermos como ficarão depois da morte, que a liberalidade do Senhor é incomensurável e que todos os serviços e reformas da consciência, marcados para hoje, podem ser transferidos para amanhã... Desse modo, tanto vale viverem no Espiritismo como fora dele, com fé ou sem fé, porque o salário de inutilidade será sempre o mesmo...

O rei das sombras sorriu, feliz, e concordou:

- Oh! até que enfim descobrimos a solução!...

De todos os lados ouviam-se risonhas exclamações: - Bravos! Muito bem! Muito bem!

O argumento do astucioso condutor das falanges da inércia havia vencido.

FRANCISCO CANDIDO XAVIER
CONTOS E APÓLOGOS PELO ESPÍRITO IRMÃO X

Linda História Chinesa

Os dois Jarros

Uma velha senhora chinesa possuía dois grandes vasos,
cada um suspenso na extremidade de uma vara que ela carregava nas costas.

Um dos vasos era rachado e o outro era perfeito.
Este último estava sempre cheio de água ao fim da longa caminhada da torrente até a casa, enquanto aquele rachado chegava meio vazio.

Por longo tempo a coisa foi em frente assim, com a senhora que chegava em casa com somente um vaso e meio de água.




Naturalmente o vaso perfeito era muito orgulhoso do próprio resultado e o pobre vaso rachado tinha vergonha do seu defeito, de conseguir fazer só a metade daquilo que deveria fazer.


Depois de dois anos, refletindo sobre a própria amarga derrota, falou com a senhora durante o caminho:
'Tenho vergonha de mim mesmo, porque esta rachadura que eu tenho me faz perder metade da água durante o caminho até a sua casa...'

A velhinha sorriu:

'Você reparou que lindas flores tem somente do teu lado do caminho?
Eu sempre soube do teu defeito e portanto plantei sementes de flores na beira da estrada do teu lado e todo dia, enquanto a gente voltava, tu as regavas.

Por dois anos pude recolher aquelas belíssimas flores para enfeitar a mesa.



Se tu não fosses como és, eu não teria tido aquelas maravilhas na minha casa.


Cada um de nós tem o próprio específico defeito.
Mas o defeito que cada um de nós tem é que faz com que nossa convivência seja interessante e gratificante.

É preciso aceitar cada um pelo que é e descobrir o que tem de bom nele.'

Linda história retirada da internet:www.bilibio.com.br

27 de janeiro de 2010

Convite Especial

CONVITE À DISCIPLINA

“Somos servos inuteis, fizemos o que devíamos fazer.”
(Lucas: capítulo 17º, versículo 10.)

Os néscios não conseguem entendê-la.

Os preguiçosos supõem marginalizá-la.


Os ingratos desconsideram-na.


Os frívolos transferem-na no tempo e na oportunidade.


Os atormentados teimam por evitá-la.


Os vândalos corrompem-na.


Os pervertidos pensam mudar-lhe a estrutura, confundindo o teor em que
se apresenta.

Mas, incorruptível, a disciplina traça linhas diretivas e vigorosas,
trabalhando o diamante bruto do espírito, a fim de expungí-lo de toda jaça e torná-lo de real lavor.

Enxameiam em todo lugar os homens que a conspurcam, enlouquecidos
pela tirania do “eu” ou amesquinhados sob o peso da irresponsabilidade.

Nos dias modernos, muitas pessoas acreditam que manter disciplina em
relação a si mesmas, como ao próximo e à comunidade, — bases que são da Humanidade —, é esforço vão, tendo em vista a vitória dos usurpadores, das facções poderosas que se utilizam da força e da astúcia dos donos dos monopólios, como da impiedade...

No entanto o mentiroso a si mesmo se engana; o tirano a si próprio se
prejudica; o avaro constrói; o presídio dourado da loucura pessoal; o criminoso jugula-se à hediondez; o explorador condiciona-se à insaciabilidade.

Ninguém engana, realmente, ninguém.


É da Lei Divina que somente sofre o que o homem deve. Desde que se
apresente em condição de vítima expunge, enquanto o algoz adquire débito para ulterior aflição.

Face a isso, disciplina-te no exercício dos pequenos labores para fruíres as
alegrias que te conduzirão aos eloqüentes deveres que libertam e acalmam.

Disciplina é impositivo de alevantamento moral fomentador do progresso,
base da paz, de que ninguém pode prescindir.

Se as tuas disciplinas morais por enquanto se apresentam como pesada
canga, persevera e insiste nelas até que te chegue o instante liberativo em que se transformarão em prazer de plenitude e gozo de harmonia pessoal decorrente do júbilo de todos pelo que hajas produzido e conseguido.

CONVITES DA VIDA
DIVALDO PEREIRA FRANCO
DITADO PELO ESPÍRITO JOANNA DE ÂNGELIS

Conduta do Médium

DO MÉDIUM

Esquivar-se à suposição de que detém responsabilidades ou missões de avultada
transcendência, reconhecendo-se humilde portador de tarefas comuns, conquanto graves e importantes como as de qualquer outra pessoa.

O seareiro do Cristo é se
mpre servo, e servo do amor.

No horário disponível entre as obrigações familiares e o trabalho que lhe garante a
subsistência, vencer os imprevistos que lhe possam impedir o comparecimento às sessões, tais como visitas inesperadas, fenômenos climatéricos e outros motivos, sustentando lealdade ao próprio dever.

Sem euforia íntima não há exercício mediúnico produtivo.


Preparar a própria alma em prece e meditação, antes da atividade mediúnica,
evitando, porém, concentrar-se mentalmente para semelhante mister durante as explanações doutrinárias, salvo quando lhe caibam tarefas especiais concomitantes, a fim de que não se prive do ensinamento.


A oração é luz na alma refletindo a Luz Divina.

Controlar as manifestações mediúnicas que veicula, reprimindo, quanto possível,
respiração ofegante, gemidos, gritos e contorções, batimentos de mãos e pés ou quaisquer gestos violentos.

O medianeiro será sempre o responsável direto pela mensagem de que se faz
portador.

Silenciar qualquer prurido de evidência pessoal na produção desse ou daquele
fenômeno.

A espontaneidade é o selo de crédito em nossas comunicações com o Reino do
Espírito.

Mesmo indiretamente, não retirar proveito material das produções que obtenha.


Não há serviço santificante na mediunidade vinculada a interesses inferiores.


Extinguir obstáculos, preocupações e impressões negativas que se relacionem com
o intercâmbio mediúnico, quais sejam, a questão da consciência vigilante ou da inconsciência sonambúlica durante o transe, os temores inúteis e as suscetibilidades doentias, guiando-se pela fé raciocinada e pelo devotamento aos semelhantes.

Quem se propõe avançar no bem, deve olvidar toda causa de perturbação.
Ainda quando provenha de círculos bem-intencionados, recusar o tóxico da lisonja.

No rastro do orgulho, segue a ruína.


Fugir aos perigos que ameaçam a mediunidade, como sejam a ambição, a ausência
de autocrítica, a falta de perseverança no bem e a vaidade com que se julga invulnerável.

O medianeiro carrega consigo os maiores inimigos de si próprio.


“Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.”
Paulo. (ICORÍNTIOS, 12:7.)


Conduta Espírita - André Luiz
Psicografia de Waldo Vieira.

5 de novembro de 2009

DO DIRIGENTE DE REUNIÕES DOUTRINÁRIAS

Ser atencioso, sereno e compreensivo no trato com os enfermos encarnados e desencarnados, aliando humildade e energia, tanto quanto respeito e disciplina na consecução das próprias tarefas.

Somente a forja do bom exemplo plasma a autoridade moral.

Observar rigorosamente o horário das sessões, com atenção e assiduidade, fugindo de realizar sessões mediúnicas inopinadamente, por simples curiosidade ou ainda para atender a solicitação sem objetivo justo.

Ordem mantida, rendimento avançado.

Em favor de si mesmo e dos corações que se lhe associam à experiência, não se deixar conduzir por excessiva credulidade no trabalho direcional, nem alimentar, igualmente, qualquer prevenção contra pessoas ou assuntos.

Quem se demora na margem, sofre atraso em caminho. Interdizer a participação de portadores de mediunidade em desequilíbrio nas tarefas sistematizadas de assistência mediúnica, ajudando-os discretamente no reajuste.

Um doente-médium não pode ser um médium-sadio.

Colaborar para que se não criem situações constrangedoras para qualquer assistente, seja ele médium, enfermo ou acompanhante, procurando a paz de todos em todas as circunstâncias.

O proveito de uma sessão é fruto da paz Impedir, sem alarde, a presença de pessoas alcoolizadas ou excessivamente agitadas nas assembléias doutrinárias, excetuando-se nas tarefas programadas para tais casos.

A caridade não dispensa a prudência. Esclarecer com bondade quantos se apresentem sob exaltação religiosa ou com excessivo zelo pela própria Doutrina Espírita, à feição de fronteiriços do fanatismo. O conselho fraterno existe como necessidade mútua.

Desaprovar o emprego de rituais, imagens ou símbolos de qualquer natureza nas sessões, assegurando a pureza e a simplicidade da prática do Espiritismo.

Mais vale um sentimento puro que centenas de manifestações exteriores. Rejeitar sempre a condição simultânea de dirigente e médium psicofônico, por não poder, desse modo, atender condignamente nem a um nem a outro encargo.

Em qualquer atividade, a disciplina sedimenta o êxito. Fugir de julgar-se superior somente por estar na cabina de comando. Não é a posição que exalta o trabalhador, mas sim o comportamento moral com que se conduz dentro dela.

“Como, pois, recebestes o Senhor Jesus -Cristo, assim também andai nele.” — Paulo.
(COLOSSENSES, 2:4.)

Conduta Espírita - André Luiz